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Writer's pictureNicole Nakagawa

Por uma pedagogia do aprendizado:To Learn > To Know

Updated: Jan 13, 2023

A gente fetichiza o saber. Até aí, o porquê é evidente - “saber é poder”, já diz o ditado, de forma que conhecimento pode significar uma vantagem competitiva importante à sobrevivência.

Mas como se vem a saber?


Tradicionalmente, o professor é aquele que ocupa a posição de um sujeito-suposto-saber, em oposição ao aprendiz, visto como aquele que nada sabe, uma tábula rasa que os ditos “mestres” poderiam preencher com o conhecimento dito digno de ser passado adiante.


Ora, mas será isso o saber? Uma mera repetição do que se julga conhecer? Uma via de mão única que deposita algo na consciência do outro? Mais um lugar em que reproduzimos relações de poder?




Nessa perspectiva, o saber-fetiche vai dominando o processo de aprendizado à medida que se instaura como objetivo final, como meta que um dia será alcançada com êxito.


Assim, o conhecimento perde seu caráter processual e se esvazia do prazer inerente ao aprendizado – aquela surpresa diante de um novo fato sobre o mundo, ou a expansão que sentimos de nossa potencialidade ao pensarmos um pensamento novo.


Pois bem, quem mira no saber sem fazer as pazes com o aprender, acerta em cheio num misto de frustração com desilusão.

Conhecimento não é pix – leia quantas vezes precisar.


Não é um depósito que se despeja no outro esperando sua completa absorção, e inversamente tampouco é um produto que se compra e espera chegar pronto em casa.

Em tempo: quem se implica em seu próprio desenvolvimento, gradual e inevitavelmente se apaixona pelo processo de aprendizado, e o saber, ao invés de fim, vira consequência.

Não se engane: não existem pessoas mais talentosas que outras no que tange o aprendizado.


Por trás de qualquer “pessoa inteligente”, “que nasceu com o dom para línguas”, há a historia de uma relação construída ao longo da vida com o aprender, fomentada por bons exemplos, bons livros, contingências favoráveis e a vontade de se responsabilizar pela construção de quem se é.




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